quinta-feira, 14 de julho de 2011

MAUÁ QUER PADRONIZAR PINTURAS DE ÔNIBUS EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO

Mauá quer padronizar pintura de ônibus.
Passageiros aprovaram que cada empresa tivesse sua cor, mesmo assim Prefeitura quer impor sua marca nas latarias.
Visão e força como da águia, impondo respeito são características predominantes nos transportes coletivos. Mas os serviços são feitos por seres humanos e para o ser humano. Assim, a águia é formada por rostos de pessoas. Esta é a visão de como devem ser os serviços de acordo com o Grupo Leblon Transporte de Passageiros As cores remetem tranqüilidade, não agressão ao ambiente urbano e às cores da bandeira de Mauá. Tudo isso pode ser anulado com a padronização de pinturas que a prefeitura quer fazer, evidenciando sua marca nas latarias dos ônibus em ano eleitoral. Foto: Adamo Bazani

Ônibus da Viação Cidade de Mauá seguem a pintura da antiga padronização municipal. Mesmo assim, a diferenciação de suas cores com as da Leblon agradam a população que identifica melhor o ônibus que deve pegar. O fato de as duas empresas terem duas tonalidades e desenhos diferentes ajuda principalmente a quem possui algum tipo de dificuldade visual e também colabora para os usuários julgarem melhor a qualidade de serviços entre as duas companhias, diferentemente de Santo André, por exemplo, onde a população não tem sequer o direito de saber qual empresa está prestando serviços em sua linha. Foto: Adamo Bazani.

ADAMO BAZANI – CBN
Mauá, na Grande São Paulo, que tem vários problemas de transportes, mas que tem recebido elogios pelas mudanças que vem realizando, como a entrada de uma nova empresa operadora, a instalação de um sistema tronco-alimentador de uso de linhas mais racionais e a renovação de frota, pode tomar uma medida que deve desagradar os usuários do sistema.

A administração municipal estuda em criar uma autarquia de transportes e como primeira medida quer padronizar as pinturas dos ônibus que operam os dois lotes da cidade.
Atualmente, a vida do passageiro de ônibus de Mauá, principalmente dos que possuem mais dificuldades de visão, foi facilitada, pelo fato de as duas empresas terem cores e desenhos diferentes.

A VCM – Viação Cidade de Mauá – adora a padronização antiga com as cores branca, vermelha e azul, formando uma espécie de sorriso no desenho, igual ao símbolo da prefeitura.
A operadora mais nova, Leblon Transporte de Passageiros Ltda, que presta serviços desde 06 de novembro de 2010, já possui uma pintura mais sofisticada: prata e azul com uma águia formada por rostos humanos.
De acordo com a empresa, a pintura foi permitida desde a época do edital de licitação e foi feita especialmente para Mauá, já que onde opera há mais tempo, nas cidades de Fazenda Rio Grande e Curitiba, no Paraná, há padronização das cores dos ônibus conforme os serviços e linhas atendidos.
A pintura concorre a prêmios nacionais de desenhos de frota.

A empresa diz que o desenho reflete o que deve ser os transportes coletivos. Um transportador deve ter a força, a agilidade e a visão de uma águia, que é determinada em seus objetivos e impõe respeito. Mas ela abriga a quem é responsável. Como os transportes são feitos por seres humanos e para seres humanos, os rostos formam a águia demonstrando a preocupação e a prioridade que os serviços devem dar ao ser humano. Ou seja, são seres humanos servindo seres humanos, na visão da empresa.
A população acha bonita a pintura, que é metálica e escolhe as cores azul e prata para fazer uma referência às cores da cidade e também ser uma combinação suave, não agressiva e que não destoa na paisagem urbana.

A população aprova, tanto pela beleza da pintura, na opinião dos usuários, como pela facilidade de diferenciar os dois serviços.
Mas Mauá, em ano de eleição, quer nivelar as duas empresas de ônibus, impossibilitando de o passageiro por ele mesmo saber as diferenças entre elas de maneira mais fácil, e impor sua marca.
É verdade que o poder público tem méritos nas mudanças que ocorrem nos transportes de Mauá.

Mas vale ressaltar, antes de colocar sua marca nos ônibus com predominância, que foram as empresas que compraram os veículos e que investiram milhões em renovação da frota. A Leblon entrou na cidade com todos 86 ônibus 0 km e a Viação Cidade de Mauá também trouxe vários veículos novos.

Já existe até um profissional na área de design elaborando a pintura da Prefeitura.
Só de saber que duas empresas diferentes podem ser niveladas e que a identificação dos ônibus nas ruas será mais difícil, a população não aprova a idéia.

Mauá se destacava justamente por quebrar os paradigmas das padronizações.
A questão da padronização das pinturas de ônibus é polêmica e mostra o quanto as diversas esferas do poder público querem aproveitar cada espaço na cidade para imporem suas marcas e as dos seus respectivos partidos...



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Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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